O militar e político brasileiro marechal Deodoro da Fonseca
foi o primeiro presidente brasileiro, assim como o responsável por
proclamar a República Brasileira no ano de 1889. Seu prestígio o colocou
a frente das forças republicanas e anti-escravistas, que culminaram com a
queda do Império.
Já em 1868 chegou ao posto de coronel, sendo promovido logo mais, em
1874, ao posto de Brigadeiro e finalmente tornando-se Marechal no ano de
1884. No ano seguinte, 1885, é nomeado chefe de armas da província do
Rio Grande do Sul, na qual se tornaria o presidente no mesmo ano.
Em 1886, Deodoro da Fonseca vai para o Rio de Janeiro, onde assume a liderança da facção do Exército que defendia a abolição da escravatura no Brasil. Então estabelecido no Rio de Janeiro, preside o recente Clube Militar,
que engrossava a questão militar no cenário contra a monarquia e
defensora do republicanismo, no período de 1887 até 1889. Muito
prestigiado, os integrantes do movimento que planejava depor o imperador
brasileiro Dom Pedro II
o escolhem para ser o líder do processo. A aceitação do militar era
praticamente unânime. Desta forma, no dia 15 de novembro de 1889 o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República Brasileira, depondo o imperador Dom Pedro II e assumindo o governo provisório republicano.
Deodoro da Fonseca nomeia então para ministros de seu governo
republicanos que eram historicamente renomados e liberais da monarquia.
Mas com o passar do tempo todo o apoio que o Marechal recebera durante
anos passou a desmoronar. A conduta do militar à frente do governo
brasileiro causou insatisfação em muitos dos seus seguidores que
esperavam outros rumos para o Brasil republicano. Como presidente
provisório acabou entrando em conflito com as lideranças civis, também
resistiu à convocação da Assembleia
Constituinte. Sua eleição como
presidente não mais em caráter provisório só foi garantida porque os
militares exerceram grande pressão sobre o Congresso, que o elegeu de
forma indireta em 1891.
Como presidente eleito continuou causando incômodo com suas atitudes
no poder. Entretanto, marcou seu governo pela promulgação de avanços na
constituição brasileira. Ainda em 1890, época do governo provisório,
criou o Código Penal brasileiro e reformou o Código Comercial. Em 1891
promulgou então a primeira Constituição Republicana do Brasil, dando
passos de inspiração liberal e com um caráter muito próximo da norte
americana. Colocou ponto final em elementos constitucionais típicos do
período monárquico como Poder Moderador, Senado Vitalício e união entre Igreja e Estado. Instituindo também o casamento civil e a laicização dos cemitérios.
Seu governo perderia completamente as forças quando resolve extinguir
o Congresso no dia 3 de novembro de 1891, provocando uma reação
violenta. Na tentativa de derrotar a oposição, elabora um golpe de
Estado. Mas não tinha mais o apoio de outrora, o próprio exército já não
lhe dava mais sustentação e enfrenta a resistência liderada pelo
vice-presidente, o marechal Floriano Peixoto. Sem ter como se sustentar, renuncia no dia 23 de novembro de 1891.
Depois de deixar a presidência, o marechal Deodoro da Fonseca
continuou morando no Rio de Janeiro e ficou enfermo. Antes de morrer o
ex-presidente pediu para ser enterrado em trajes civis, mas seu desejo
não foi atendido. No dia 23 de agosto de 1892 Deodoro da Fonseca faleceu
em decorrência de uma dispnéia (dificuldade respiratória) e seu enterro
foi tomado por pompas e honras militares.
Deodoro se tornou o grande ícone da Proclamação da República,
já teve o rosto estampado em notas das moedas brasileiras, recebeu
vários monumentos em sua homenagem e foi representado algumas vezes no
cinema e na televisão.
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