No começo do
século XIX, o continente europeu vivia as agitações políticas e militares
causadas pelo domínio napoleônico. A França conquistava diversos territórios e
modernizava a sua economia a contragosto das diversas monarquias que repudiavam
o processo revolucionário daquele país. Entre esses opositores estava a
Inglaterra, uma das poucas, senão a única, nações que tinham condições
econômicas e bélicas de se contrapor ao governo de Napoleão Bonaparte.
Ciente do poder de
sua mais importante rival, Napoleão Bonaparte resolveu tomar uma medida de
natureza autoritária, ao divulgar o chamado Bloqueio Continental. Lavrado em 21
de novembro de 1806, o documento estabelecia que todos os portos da Europa
deveriam fechar suas portas para as embarcações inglesas. Desse modo, a França
expandiria o seu mercado consumidor ao mesmo tempo em que enfraqueceriam as
finanças de sua mais poderosa rival nos campos de batalha.
Do ponto de vista
prático, a exigência francesa tinha natureza autoritária e não poderia ser
imediatamente seguida pelas várias nações que apoiavam e dependiam,
economicamente, das manufaturas inglesas. Uma das situações mais complicadas se
dava com o caso de Portugal, nação que servia de porta de entrada para a Europa
Continental e dependia largamente dos produtos industrializados britânicos.
Militarmente, os
portugueses não teriam como resistir a um ataque das tropas de Napoleão
Bonaparte ao seu território. Economicamente, era impossível que os portugueses
abrissem mão do consumo das mercadorias britânicas. Mediante esse impasse, Dom
João VI, príncipe regente da época, passou a adotar uma postura indefinida
junto às duas potências que o pressionavam.
Preferindo
aliar-se aos ingleses, o reino de Portugal assinou uma convenção secreta, na
qual ficava decidida a transferência do governo português para o Brasil.
Enquanto os ingleses se comprometiam a defender o território lusitano contra a
França, a Coroa Portuguesa entregava sua esquadra e garantia a abertura dos
portos brasileiros para os ingleses. No dia 29 de novembro de 1807, diversas
embarcações saíram de Portugal levando a nobreza e a Família Real daquele país
ao Brasil.
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